7 PROVOCAÇÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Tempo de leitura: 4 minutos

 

Queremos começar o texto de hoje com uma provocação pensada a partir do livro “Alfabetização, a questão dos métodos”, escrito por Magda Soares. Leia com atenção e, posteriormente, vamos conversar sobre 7 aspectos polêmicos acerca da temática “Alfabetização na Educação Infantil”.

 

 

1 – Oito ou oitenta?

Radicalismo não é a resposta. Parece que hoje, na Educação Infantil, vive-se o oito ou oitenta: foge-se das letras, ou sistematiza-se alfabetização diariamente, a fim de que as crianças aprendam a ler e escrever aos 5 anos, ou antes disso. É importante ressaltar a preciosidade do EQUILÍBRIO. Precisamos, sim, trabalhar com alfabetização, mas ainda não é o momento de levá-la sistematicamente de maneira formal para a sala de aula.

2 – Só letrar, nada de alfabetizar

É necessário contar história para as crianças, conversar sobre a funcionalidade da escrita… mas também é preciso trabalhar com a faceta linguística da alfabetização, ensinando letras, por exemplo, e trabalhando com consciência fonológica. Não devemos reduzir as práticas de alfabetização na Educação Infantil ao trabalharmos com treinos motores, muitas folhas e famílias silábicas. É fundamental conhecer os processos e saber COMO introduzir esse ensino com esta faixa etária.

3 – Educação Infantil só entendida como “pré”

O nome “pré” pode ter confundido um pouco as coisas. A Educação Infantil, muitas vezes, é vista apenas como um preparatório para a educação formal, sem protagonismo, resumindo-se às questões motoras, repetição de traçados, escrita do nome repetidas vezes… É preciso preparar as crianças no sentido de ajudá-las a refletir sobre a escrita, práticas espontâneas, compreensão, consciência fonológica… Não é errado trabalhar com recortes, pintura, com o lúdico (isso faz parte, sim!), mas podemos trabalhar com letras móveis e reflexão da língua escrita também.

4 – Confusão curricular e de metas

Não se sabe, claramente, o que é esperado para cada etapa. Cada estado e município acabam fazendo seus próprios currículos (quando fazem) e o ensino fica sem sentido e continuidade. Precisamos pensar sobre isso! Hoje temos documentos, que tem suas lacunas, sim, mas servem para nos guiar. Usar a Base como um norte é um ótimo começo!

5 – Desigualdade entre público e privado

As crianças de escola privada, normalmente, saem lendo e escrevendo da Educação Infantil e, nas públicas, estão pré-silábicas. O que anda acontecendo, aí?! Existe (novamente!) uma Base para guiar as nossas práticas. Muitas professoras de escolas particulares argumentam que são exigidas pelos pais que seus filhos aprendam a ler e, nesse sentido, precisamos ensinar também aos responsáveis, levar artigos, argumentar sobre a importância do respeito à infância, sobre desenvolvimento infantil… Mas, para isso, é preciso estar bem estudada e cheia de conhecimento!

6 – O perigo dos diagnósticos na primeira infância

O que esperamos de cada faixa etária? Os transtornos do neurodesenvolvimento não são adquiridos, por isso podem ser notados mais cedo. Contudo, devemos estar atentos ao que esperamos e cobramos das nossas crianças. Um aluno de 4 anos, que não está lendo e escrevendo, não precisa ser encaminhado para uma psicopedagoga por este motivo. Crianças de 5 anos, não precisam de atendimentos particulares porque não sabem a diferença entre “x” e “ch” (sim, isso acontece!!!!!). Atenção ao desenvolvimento infantil e ao que se ensina e se espera para cada ano!

7 – Caminhos…

a) Atividades que promovam reflexão sobre a leitura e a escrita, que façam sentido fora do contexto escolar: letramento!

b) Atividades que promovem leitura e escrita pelas próprias crianças: escritas espontâneas, contação de histórias, “fingir” que estar lendo…

c) Atividades e jogos que estimulam a consciência fonológica: oralmente! (Assista mais aqui!).

d) Atividades e jogos que estimulam o conhecimento das letras e a leitura global de palavras.

e) Atividades e jogos que estimulam atenção, percepção e motricidade.

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Se quiser assistir esta live na íntegra, acesse aqui!

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Um Abraço, 

Professora Clarissa Pereira

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