Como alfabetizar no ensino remoto?

Tempo de leitura: 3 minutos

Estamos há mais de um ano em isolamento social para evitar o agravamento dos elevados índices de contaminação da COVID-19.

Como forma de minimizar os prejuízos causados no contexto educacional, a grande maioria das escolas tem optado pelo ensino remoto como forma de não se interromper o processo de aprendizagem.

Nesse sentido, se a alfabetização já era um desafio para o nosso país, agora o papel de cada professor alfabetizador tem sido o de fazer o possível no impossível, para que essa realidade não fique ainda pior.

Dessa forma, para que se aconteça a alfabetização e o letramento no ensino remoto é necessário interiorizar 06 grandes verdades sobre esse momento:

 1. Você, PROFESSORA, não é a salvadora da pátria!

Isso significa que, por mais que você queira, você não vai conseguir resolver todos os problemas e obstáculos de se atuar à distância. Está ao nosso alcance, apenas, tentar diminuir os impactos negativos da falta de escolarização das nossas crianças.

 2. Não podemos normalizar o ensino remoto, especialmente na alfabetização.

Uma coisa é fato: é na interação com o outro que nós nos desenvolvemos. Por isso, fuja de fórmulas mágicas e de métodos infalíveis para alfabetização à distância, porque sem o contato humano concreto, estaremos sempre retrocedendo em termos educacionais.

Dessa maneira, enviar um monte de vídeos para os seus alunos não vai resolver o problema! É um erro naturalizar o ensino remoto para as nossas crianças, ele é um mal necessário para superarmos esse momento e nada mais.

3. Há evidências científicas que comprovam que as telas não são os melhores recursos para a aprendizagem infantil.

Neurologicamente falando, as luzes das telas afetam e atrapalham a concentração e a atenção dos alunos. Pense na quantidade de coisas que estão acontecendo ao mesmo tempo e nos inúmeros distratores que existem com a utilização dos equipamentos eletrônicos. Essa é uma disputa desleal! A tela dá ao aluno a opção de trocar o foco em frações de segundos. Sustentar a atenção em uma aula virtual é quase impossível e impede a interatividade real que se consegue com o olhar e o toque. Criança precisa de convivência, brincadeira e recreio!

4. A desigualdade não nasceu na pandemia!

A desigualdade entre o ensino público e privado não começou agora. Há tempos que não temos políticas públicas verdadeiras e eficientes. A desigualdade não nasceu na pandemia, só se escancarou. Pense na quantidade de alunos que não possuem pais alfabetizados para ajudar nas tarefas! Temos que ser realistas e fazer atividades que sejam possíveis, porque internet de boa qualidade, por exemplo, não é a realidade, sequer, de todas as escolas brasileiras.

5. Só há aprendizagem se houver vida!

 Em primeiro lugar, é nossa obrigação defender a vida. Não dá para querer voltar correndo para escola sem um protocolo de segurança adequado. A aprendizagem pode ser recuperada, as vidas não.

6. Você pode encontrar seu PROTAGONISMO POSSÍVEL, que nem sempre é o ideal.

Ser protagonista é encontrar na teoria e na prática o seu melhor método de alfabetização. O protagonismo possível agora é a manutenção de um vínculo de leitura e escrita com os alunos, mas sem a ilusão de querer 100% de alfabetização sem qualquer intervenção, sem o contato com o colega. É nossa missão levar esperança até aqueles que conseguimos chegar.

Admitir essas verdades é um grande passo para fazer o possível no impossível e conseguir alcançar os seus alunos no ensino remoto.

Se você quer dicas para alfabetizar TODOS os seus alunos na prática e se tornar uma professora PROTAGONISTA do seu planejamento, temos um encontro marcado de 26 de abril a 2 de maio na Semana da Alfabetização, um evento 100% on-line e gratuito. Para se inscrever, clique aqui.

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Abraços!
Iara Rodrigues

(Texto redigido por Iara Rodrigues e revisado por Camila Oliveira).

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