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Atualmente, a prática pedagógica interdisciplinar é uma necessidade para integrar uma aprendizagem mais significativa na vida dos alunos. É importante que as crianças superem, desde cedo, uma ideia de fragmentação no processo de construção do conhecimento.
Nesse sentido, para unir as competências de português e matemática, sugerimos a utilização da obra “A Casa Sonolenta” de Wood Audrey (WOOD, Audrey. A casa sonolenta. São Paulo, Ática, 2006, 16ª ed.).
Nessa obra, é possível criarmos as condições para que as turmas sejam mais críticas e criativas. Em versos que se repetem, é narrada a história de uma casa onde moram a avó, o netinho, um cachorro, um gato e um ratinho penetra. Todos vivem dormindo, até que uma pulga entra na história.
“Era uma vez/ uma casa sonolenta/ onde todos viviam dormindo…”
Assim, as crianças se deparam, inicialmente, com palavras e rimas que vão se repetindo durante a narrativa, mas com qual propósito?
Guarde isso: toda vez que se leva um texto para a sala de aula, é essencial que se tenha uma motivação. O aluno tem que QUERER se envolver com o que temos a mostrar – o nome disso é INTENCIONALIDADE.
Vamos, então, ao que interessa:
Parte 1) Atividades de linguagem
Uma boa dica para explorar a criatividade dos alunos é mostrar a capa do livro antes de se iniciar a leitura. Vejamos:
A partir disso, podemos criar hipóteses e palpites sobre a história, além de possibilitar a criação de um desafio que deve ser respondido ao final do enredo, por exemplo, adivinhar o que vai acontecer com os personagens.
Lembrando, sempre, que não podemos esquecer de retomar essas hipóteses ao final da leitura, para que elas sejam confirmadas ou refutadas.
Outra ideia, é localizar palavras desconhecidas e buscar entender o significado delas, em conjunto com os alunos, de forma contextualizada.
Além disso, sempre que possível, é muito proveitoso trabalhar a origem dos autores, mostrando que são pessoas reais.
Uma outra boa proposta é utilizar perguntas implícitas e explícitas na compreensão do texto, como: “quem acordou os personagens do livro?”, “será que essas pessoas moravam juntas?”, “e na sua casa? como é o sono?”.
Por fim, não podemos nos esquecer de trabalhar a consciência fonológica. Uma forma de fazer isso é com a decodificação (identificar e reconhecer palavras).
Inúmeras são as possibilidades de se trabalhar um texto, aqui trazemos apenas algumas sugestões para inspirar o seu protagonismo em sala de aula.
Parte 2) Atividades de matemática
Trabalhar com a boa e velha matemática é mais simples do que parece. Isso porque, como sempre dizemos por aqui, a disciplina não se resume a números.
Em “A Casa Sonolenta”, os alunos podem começar observando os cenários, as janelas, as formas geométricas e até mesmo a mudança do clima e da passagem do tempo.
Por que não analisar a questão da rotina com os alunos? Além de trabalhar com as funções cognitivas, de adequação temporal e espacial, ela traz uma reflexão muito importante para esse momento de pandemia em que estamos vivendo e em que tantas crianças perderam seus hábitos.
Trazer os horários, os costumes e as atividades que se realiza para a sala de aula, é uma habilidade matemática sim e que tem tudo a ver com a organização.
Outra ideia, essa a ser trabalhada com crianças maiores, é discutir a questão do fuso horário em países diferentes, como o nosso fuso e o do autor.
Por último, mas sem a pretensão de esgotar as possibilidades de intervenção, vale a pena trabalhar com seleção e qualificação. Que tal elencar os animais que participam da história e qualificá-los (suas características, onde vivem, alimentação, comportamento etc.)?
Como dito, considere trazer a interdisciplinaridade como prática fundamental para um ensino integrador e de qualidade.
Se você quer saber como trazer mais atividades como essas para os seus alunos, não deixe de assistir a nossa live sobre as “atividades de leitura e matemática”, clicando aqui.
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Grande abraço,
Iara Rodrigues
(Texto redigido por Iara Rodrigues e revisado por Daiane Garcia).