Como contar sem os dedos?

Tempo de leitura: 4 minutos

Você, adulto, ainda conta nos dedos? Deixa os seus alunos contarem também, ou pede que eles façam “de cabeça”?

Para compreender e completar a ideia do artigo de hoje, é muito importante que você assista essa live, leia este artigo ou baixe este material. Todos estes links te levam para um conteúdo referente aos Princípios de Contagem, que são de SUMA importância de serem desenvolvidos nos nossos alunos, para que possamos partir para as intervenções nas estratégias de contagem.

E por que é tão importante avançarmos nessas estratégias e não ficarmos a vida inteira contando nos dedos? Um autor chamado Geary nos diz que, quanto mais avançarmos nas nossas estratégias de matemática, mais chances temos de ter sucesso e eficiência nos procedimentos matemáticos.

Aqui cabe ressaltar um ponto importante: as estratégias de contagem devem ser ENSINADAS EXPLICITAMENTE, pois não é sempre um processo que sempre ocorre naturalmente (às vezes, acontece!).

A partir de quando ensinar as estratégias de contagem?

Assim que a criança domina os Princípios (que você leu no material que eu indiquei), já podemos investir neste ensino, sempre respeitando a hierarquia da matemática e o desenvolvimento da criança. Isso significa que não podemos cobrar, por exemplo, que uma criança de 4 anos conte mentalmente, sem auxílio dos dedos ou do material concreto. Devemos observar a idade e maturidade dos nossos alunos, atrelado ao que já foi ensinado e pode ser solicitado (lembre-se: nunca podemos cobrar algo que não foi ensinado. Dizer para as crianças que só podem contar mentalmente sem nunca ter ajudado eles a fazer isso, é perigoso!).

Procedimentos de contagem:

Contar todos: a criança tem necessidade de contar todos os objetos. Por exemplo, se temos 3 + 4, ela contará os 3, contará os 4, e recontará todos juntos, totalizando 7.

Contar a partir da primeira parcela: aqui a criança conta a partir da primeira parcela. Então, utilizando o mesmo exemplo acima, ela já sabe que tem 3, portanto, não contará este número, mas contará a partir do 3 (“4, 5, 6, 7”).

Contar a partir da parcela maior: essa estratégia é um pouco mais avançada do que a anterior. Ao invés de contar a partir do 3, a criança conta a partir do 4, pois gastará menos energia se partir do número maior.

Estratégias de contagem:

Utilização dos dedos: os dedos são o nosso primeiro material concreto. É a maneira mais rápida que as crianças encontram de contar, pois as mãos fazem parte do seu corpo e possuem uma boa quantidade para auxiliarem na contagem (dez dedos, o que ajuda muito, tendo em vista que nosso Sistema de Numeração é decimal!). Não tenha medo deste recurso. Ensine os alunos! É importante que eles saibam manipular bem os dedos para partir para uma próxima estratégia. Até mesmo você usa, não?!

Contagem verbal: este tipo de estratégia é um pouco mais avançada do que a anterior. Aqui, os alunos não utilizam mais as mãos, mas verbalizam audivelmente os números enquanto contam, ou apenas mexem os lábios. Quando as crianças já estão bem apropriadas do uso dos dedos, podemos pedir, aos pouquinhos, dia sim, dia não, que escondam as mãos e contem em voz alta. É bacana fazer desafios. Os alunos AMAM!

Contagem silenciosa: e agora, para não atrapalhar o nosso colega, o que a gente faz? Conta “na mente!”. Aqui também cabem os desafios. “Fechem os olhos! Vamos tentar contar só na cabeça, sem dedos e sem voz? Quem consegue me dizer…”. Essa estratégia exige que as crianças já consigam formular hipóteses mentais, por isso precisam estar um pouco mais velhos.

Recuperação direta: a recuperação direta se trata de uma não necessidade de contar. O aluno recupera na sua memória algo que já está consolidado (5 + 5 é 10, sem necessidade de contar o 5 e o outro 5). Para isso, as crianças TAMBÉM precisam ser ensinadas. Desde o primeiro ano, quando trabalhamos com adições simples, podemos investir em intervenções que privilegiem a recuperação direta de fatos básicos. Esta estratégia ajudará (E MUITO!) quando os alunos forem aprendendo cálculos mais complexos, dando agilidade e eficiência nas resoluções.

Decomposição: esta é a estratégia mais refinada de todas, portanto, a mais complexa e a que deve ser ensinada mais tardiamente. Aqui os alunos conseguem decompor e compor novos números para facilitar o processo de contagem. Quando pensamos em 8 + 5, por exemplo, o aluno poderá decompor pensando em 5 + 5 + 3 ou 10 + 3. Como temos um Sistema de Numeração Decimal, quando ensinamos a decomposição, instruímos os alunos a formarem grupos de 5, como no primeiro caso, ou de 10, como no segundo. Isso facilita o raciocínio.

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Se você deseja assistir à live que deu origem a este artigo, clique aqui!

Um abraço e conte comigo,

Professora Camila

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