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Os projetos são um modo de organização do trabalho pedagógico que tem como objetivo trabalhar um determinado tema principal. Quando falamos em interdisciplinaridade, estamos nos referindo a uma estratégia de ensino que envolve todas as disciplinas estudadas: linguagem, matemática, ciências, história, geografia, dentre outros componentes curriculares.
Apesar de muito comum entre os docentes e de ser até referido em documentos oficiais do Brasil, muitos professores possuem dificuldades em pensar em um projeto que abrace a ideia da interdisciplinaridade. A vantagem de escolher este método de organização é que o processo de ensino e aprendizagem ficam entrelaçados, estabelecem-se relações e o conhecimento ganha mais significado.
Um grande equívoco que acabamos cometendo quando falamos em interdisciplinaridade é querer fazer tudo (tudo mesmo) em torno daquele tema principal. E porquê isso é um equívoco? Não é bom? Simplesmente, porque nem todas as atividades precisam estar relacionadas ao projeto. Existem atividades que chamamos de permanentes e outras de aleatórias, que vão além das tarefas do projeto em andamento.
As tarefas permanentes são aquelas que fazemos sempre, independente das demais programações pedagógicas. São as fixas. Escolha do ajudante, troca de lugares, exploração do calendário, combinações a respeito da rotina e atividades do livro didático (apostilas) são alguns exemplos de atividades permanentes.
Já as tarefas aleatórias são aquelas que fazemos durante o decorrer do projeto, mas que não estão dentro da mesma temática. Por exemplo, se eu estou fazendo com a minha turma um projeto sobre dinossauros, e preciso trabalhar com uma data comemorativa (a Independência do Brasil), eu não preciso fazer um desenho do T-Rex segurando a bandeira do país, às margens do Ipiranga. Tudo bem sair um pouco do foco do projeto para estudar outra coisa! Sendo assim, não force a barra. Aquilo que dá para contextualizar no projeto, ótimo. Se não der, tudo bem também. Às vezes, ficamos na ânsia de contextualizar tudo e fica ainda mais descontextualizado.
Existe um mito em torno da ideia de que projeto deve sempre surgir a partir do desejo das crianças. Em certos momentos, você irá perguntar o que eles querem trabalhar e eles não saberão responder. Nem sempre a turma sabe o que quer, mas você, com seu olhar docente e sensível, pode captar as necessidades dos seus alunos, propondo algum projeto que vai ao encontro daquela carência (amizade e respeito nas relações, por exemplo, pode ser algo que não irá surgir naturalmente das crianças).
Ainda outro aspecto a ser pontuado é que o projeto não precisa ficar restrito ao tema /texto/livro o qual você optou utilizar no começo. Fizemos uma live com muitas ideias de atividades interdisciplinares a partir do livro “A Casa Sonolenta”. Você pode assistir aqui e baixar as ideias de atividades para você se inspirar aqui. O texto inicial é apenas o pontapé para você começar a abordar a temática principal, que pode ter vários outros temas envolvidos (como no caso das nossas atividades da live).
Não se esqueça que o planejamento é flexível, e tudo bem sair da rota. Às vezes, mais ideias surgirão no meio do caminho. Às vezes, algo que você realizou não foi uma boa intervenção. Às vezes, as crianças trarão mais sugestões para você englobar nas aulas.
“Ah, mas e se eu estou perdida e não sei por onde começar?”. Passe uma semana ouvindo as suas crianças, observando suas brincadeiras, percebendo suas necessidades. Olhe atentamente para o currículo. Foque em atividades lúdicas que reforçarão o vínculo dela com você e com os outros. Tenho certeza que depois disso você terá boas ideias para iniciar um trabalho interdisciplinar.
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Abraço,
Professora Camila
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Tudo maravilhoso!
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❤️❤️❤️
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Muito interessante este texto, pois faz um resgaste ao meu processo de estudos universitários quando fiz a componente curricular Alfabetização e Letramento na UFBA , inclusive, traz para mim a autonomia contextualizada sobre a observação das brincadeiras da criança e escutá-la sempre que possível porque aumenta as relações de afetividade.
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Olá, Anna?
Ótimo! Obrigada pelo retorno!
Abraço,
Daiane #EquipeClarissaPereira