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A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) precisa ser lida. Sim, você, professora, concordando ou discordando do seu conteúdo, precisa ter contato com esse documento norteador da educação. Inclusive, caso deseje baixar o documento completo, basta clicar aqui.
Mas, então, que tipo de alfabetização propõe a BNCC?
Com a Base, a alfabetização passa a fazer parte da área do conhecimento denominada Linguagens, sendo um dos focos da Língua Portuguesa. Segundo o currículo, a alfabetização acontece no 1º e 2º anos.
O grande intuito da BNCC é fazer com que todo o país fale a mesma língua, considerando-se um conjunto já predeterminado de habilidades e competências. E isso é fundamental em um território tão extenso quanto o nosso.
Porém, isso não significa dizer que a Base está pronta e perfeita. Ela precisa ser repensada em função das metas e dos objetivos específicos que serão desenvolvidos de acordo com a realidade de cada instituição escolar (suas particularidades e realidades vividas).
Existem eixos para saber o que ensinar, mas as habilidades é que definem como será ensinado.
Segundo o livro “Alfaletrar”¹, da professora Magda Soares, a alfabetização é um processo que começa bem mais cedo, já na Educação Infantil. Nesta obra, ela traz, inclusive, as metas esperadas em cada ciclo de alfabetização.
Lembre-se: o professor está sempre alfabetizando.
Diante disso, o que ensinar em cada ciclo de alfabetização?
Para a professora Magda, temos cinco pontos fundamentais:
- Conhecimento das Letras e do Alfabeto (de forma lúdica, integrada aos projetos e experiências que estão acontecendo na sala de aula);
- Consciência Fonológica;
- Consciência Fonêmica;
- Escrita de palavras;
- Leitura de palavras;
Importante ressaltar que essas habilidades específicas precisam ser trabalhadas considerando-se a sua realidade escolar! Por exemplo: como produzir texto com os pequenos?
Ora, a habilidade de produção de textos no ciclo de alfabetização e letramento é, inicialmente, de forma oral. O aluno pode produzir textos ditando um relato pessoal, uma cena que assistiu de um filme, recontando oralmente as histórias lidas pela professora etc.
O currículo deve ser flexível e os educadores precisam ter responsabilidade pedagógica, para não irem simplesmente entrando em sala de aula e despejando o conteúdo que quiserem para os alunos.
Por isso, um documento de orientação quando está “redondo”, torna muito mais simples a vida do professor, até mesmo para realizar as avaliações diagnósticas das suas turmas.
Claro, precisamos problematizar a Base e refletir sobre seus pontos positivos e negativos, pois, se por um lado ajuda a padronizar o que se espera cognitivamente, por outro, precisa ser moldada para a realidade de cada escola.
Por isso, é tão importante que as escolas formulem suas habilidades, norteadas pelos documentos oficiais. As professoras envolvidas no processo de alfabetização precisam estudar e se ajudar. A alfabetização não pode ser 8 ou 80.
Se ela começa na Educação Infantil e se estende, é porque é um processo.
Quer um outro exemplo? É possível sim trabalhar a consciência fonológica com crianças de 4 anos no nível das rimas, sabe como? Explorando as palavras do texto estudado com sons parecidos. Não existe mágica e nem técnicas secretas. É um desenvolvimento gradativo que vai se complexificando aos poucos.
Todo currículo e toda prática pedagógica precisam refletir a intencionalidade e clareza do educador, para saber o que precisa ser melhor desenvolvido em suas turmas. Concorda comigo?
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Grande abraço,
Iara Rodrigues
(Texto redigido por Iara Rodrigues e revisado por Daiane Garcia).
¹Referência Bibliográfica: SOARES, Magda. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo: Contexto, 2020. Praxis educativa, vol. 15, e2016890, 2020