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Por que é importante ensinar a criança a calcular de cabeça? Como é possível ensinar essa habilidade? É fundamental ensinar o cálculo mental? Com qual idade devo começar na ensinar? Isso deve estar no currículo?
Antes de mais nada, o que é o cálculo mental?
É a habilidade de calcular sem o uso de material concreto e sem registro.
Ensinar as crianças a fazerem contas “de cabeça”, não só fortalece o raciocínio mental delas, mas também propicia que internalizem o conceito, raciocinando de verdade, sem a necessidade de anotações.
Será que você tem desenvolvido essa habilidade com seus alunos?
Além de possível, é muito importante que se ensine os alunos a pensarem mentalmente, superando a representação mecânica tradicional, para que o processo de ensino-aprendizagem seja completo.
Nesse sentido, o cálculo mental auxilia na contextualização e compreensão do verdadeiro significado da operação aritmética, indo além das possibilidades e vestígios de uma memorização vazia.
Você já observou se o seu currículo engloba essa habilidade?
Ao buscar de forma mais aprofundada as finalidades do ensino de cálculo mental, trazemos algumas considerações da Base Nacional Comum Curricular sobre esse tema:
EF01MA08: Resolver e elaborar problemas de adição e de subtração, envolvendo números de até dois algarismos, com os significados de juntar, acrescentar, separar e retirar, com o suporte de imagens e/ou material manipulável, utilizando estratégias e formas de registro pessoais.
EF02MA05: Construir fatos básicos da adição e subtração e utilizá-los no cálculo mental ou escrito.
EF02MA07: Resolver e elaborar problemas de multiplicação (por 2, 3, 4 e 5) com a ideia de adição de parcelas iguais por meio de estratégias e formas de registro pessoais, utilizando ou não suporte de imagens e/ou material manipulável.
EF03MA05: Desenvolvimento de estratégias pessoais e convencionais de cálculo envolvendo adição, subtração e multiplicação (usando propriedades do sistema de numeração).
Um ponto de partida interessante para entender esses conceitos e aplicar os melhores métodos, façamos uma pequena dinâmica. Resolva, mentalmente, os cálculos abaixo:
22 + 22 = ?
43 + 21 = ?
59 + 18 = ?
37 + 15 = ?
Repare que, apesar de todos serem cálculos simples de adição, a lógica para se solucionar as adições, nem sempre é a mesma, especialmente naquelas somas que não envolvem reagrupamento.
Isso significa dizer que não existe jeito certo ou errado, mas existem jeitos que podem ser ensinados e outros não. Sendo assim, é fundamental entender a melhor forma de se promover uma aprendizagem mais significativa e real para os alunos.
Entre as principais formas de resolução de problemas temos: a contagem, o reagrupamento (ou decomposição), a modificação do problema, o algoritmo padrão, dentre outros.
Em sala de aula, o importante é divulgar as várias formas de interpretação para que cada criança tenha a possibilidade de escolher, com autonomia, aquela com a qual mais se identifica.
Por que ensinar?
Por ser um procedimento ágil, o seu desenvolvimento permite que os alunos se tornem mais participativos, criativos e construtores do seu conhecimento.
Assim, aumenta-se a capacidade de abstração, a flexibilidade cognitiva, a agilidade e eficiência, bem como a autoestima dos estudantes.
Portanto, podemos dizer que o cálculo mental, além de ser um procedimento ágil, permite à criança ser ativa e criativa na escolha dos caminhos para chegar ao resultado final, devendo ser um objetivo pedagógico realizado com frequência.
Mas, a partir de quando ensinar?
Muitas das dificuldades na aprendizagem matemática surgem quando se tenta estudar os conteúdos de forma isolada, aplicando-se fórmulas e intervenções engessadas que impossibilitam as turmas de pensarem criticamente em soluções.
De acordo com a Abordagem CPA (concreto, pictórico, abstrato) do método de Singapura, o foco é preparar o estudante para entender o raciocínio lógico por trás das operações, ao invés da simples “decoreba”.
Assim, o aluno só estaria pronto para realização dos cálculos mentais, após ter avançado o seu raciocínio matemático a partir do concreto (utilização de materiais físicos para a compreensão dos problemas), seguido para o pictórico (libertação da necessidade dos materiais físicos, com representação de desenhos no papel), concluindo no abstrato (imaginar as contas na própria cabeça).
Não atropele o processo!
A matemática deve estar sempre em nossa rotina diária, integrada à nossa realidade e ao nosso cotidiano, para que o seu conhecimento seja sempre provido de significados para o aluno.
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Grande abraço,
Iara Rodrigues
(Texto redigido por Iara Rodrigues e revisado por Daiane Garcia).