Minha homenagem ao Dia dos Professores

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Por que eu escolhi ser professora?

Essa pergunta é a primeira quando entramos no Magistério, na Pedagogia, nas Licenciaturas. Para mim foi sempre muito fácil respondê-la, porque desde pequena eu me via professora. Foi muito fácil escolher a profissão. Minhas professoras no tempo da escola me encantaram, escrever no quadrinho da minha casa, fingir que ensinava meu cachorro, tudo isso foi formando meu fazer docente.

Agora, acho que a pergunta melhor que pode ser feita é: Por que você escolheu continuar sendo professora?

Aí, sim, aí as palavras não saem tão facilmente…. porque precisa ser uma escolha diária. Eu já pensei em desistir. Mas, por mais que a gente queira fugir, a gente continua sendo professora, em outros contextos, em outras histórias.

É engraçado quando me dizem: sorte a sua porque você escolheu algo que gosta para fazer. Realmente, no meu caso e creio que no caso de muitas professoras e professores, fazemos algo que gostamos. Ainda, infelizmente, não escolhemos essa profissão por prestígio salarial ou valorização.

A gente escolhe porque gosta. Eu escolho porque gosto. Porque gosto de ser professora.

Porque gosto de ser professora em todos os ambientes. Um pouco professora dos meus pais, um pouco professora dos meus amigos, do meu esposo. Professora na conversa de bar, professora nos sonhos, professora todo o tempo. E sabe porque somos professores todo o tempo?

Porque trabalhamos com vidas. Está aí o nosso prestígio. É impossível ser indiferente aos olhares que nos veem, aos ouvidos que nos escutam, aos corações que nos sentem. Minha preocupação de principiante, antes do primeiro dia lá do estágio, foi a mesma de quando dei aula para adultos universitários: será que eles vão gostar dessa aula? Será que eles vão gostar de mim? Como posso preparar uma aula melhor para essa turma?

E o frio na barriga nos acompanha sempre. Não trabalhamos com máquinas. Nossa rotina é não ter rotina. Mesmo quando você não é mais professora de sala de aula, vira professora particular, professora em outros espaços… nossa professoralidade é a mesma. Professor é sempre professor.

Trabalhar com vidas é, então, o nosso maior prestígio.

E a nossa maior responsabilidade é acreditar. Veja bem: professora, professor acredita. Acredita que os seus alunos vão aprender. Acredita que pode ensinar. Acredita que vai aprender. E a gente aprende muito mais do que ensina. Essa é a minha maior certeza. Se a gente não acreditasse seria até mais fácil. O aluno que tem alguma dificuldade não nos tocaria, mas a gente perde o sono. A gente quer fazer a diferença, porque a gente acredita.

Professor é o maior aluno. Aprende a construir o ser docente. Escolhe todo dia, em meio a tantos desafios, continuar sendo prestigiado por trabalhar com vidas. Escolhe todo dia continuar acreditando que faz diferença. Escolhe estudar sempre porque sabe da tamanha responsabilidade que é educar. Não fazemos só porque gostamos, mas porque estudamos, porque queremos saber como eles podem aprender. Isso é tão difícil também. Pensar em métodos, escolher caminhos para que continuem aprendendo.

Por isso, repito, a pergunta ideal não é porque escolhemos ser professores, mas sim, porque continuamos escolhendo, todos os dias, sermos professores. No Brasil, se a gente não escolhe ser professora todo dia, a gente não continua acreditando.

Parabéns, colegas, por continuarem acreditando.

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